quinta-feira, 9 de abril de 2015

Histórias do Japão - Brisa do vômito

          Era manhã de sábado e tinha acabado de descer do ônibus que nos trazia de volta da fábrica. Voltava do yakin e talvez fosse umas quase oito da manhã. Encontrei meu tio na máquina de cerveja e decidi tomar uma com ele, afinal, para mim era como se fosse sexta-feira à noite. 
 

Então tomamos umas, ele gostava de Buddweiser, eu ia escolhendo de acordo com a latinha que me agradasse. Depois de cerca de uma hora, passou um camarada nosso, o André, e ficou tomando uma conosco. Uma lojinha tipo adega abriu e começamos a comprar as latinhas lá. A dona era uma idosa que simpatizou e a cada breja comprada nos dava de brinde uns petiscos tipo amendoim. Conversávamos sobre várias coisas, Brasil, etc. É estranho chegar do serviço numa manhã de sábado e ficar se embriagando na rua, mas é até normal algumas pessoas não dormirem para não perderem o sábado e emendar o dia, indo fazer as coisas normalmente. A máquina de cerveja era, no caso dos brasileiros, um ponto aonde os homens relaxavam e conversavam sobre assuntos cotidianos, como em qualquer boteco no Brasil. E claro, havia os bebedores costumazes crônicos, que sempre que passavam por alguma máquina pegavam uma latinha, mas esse não era o meu caso. Era o caso do meu tio, que naquela altura já estava “meio balão” e subiu de volta ao seu apato. Continuamos conversando eu e o André e a conversa fluía a respeito de uma certa loja em Kamimaezu que vendia alguns produtos proibidos. 


 Kamimaezu

Eu já havia estado naquela lojinha, ficava em um bequinho inclusive havia comprado uma tal de Spice, um combinado de ervas para fumar.
Industrializado, bonitinho, era uma bosta. Tentei fumar uma vez para nunca mais. Não gostei do sabor e deu dor de cabeça. 
 
Não dava brisa, claro.


Na loja, que na verdade era um estande dentro de uma espácie de corredor-galeria em forma de L, foi a primeira vez em que eu vi sementes variadas de maconha para vender, embaladas e originárias da Holanda. Rose Mango, Black head entre outras, expostas e prontas para serem plantadas e regadas com muito amor. 
 

Havia também cachimbos, sedas e afins, além de outras coisas mais fortes que não ousei experimentar. Até aquele dia.
     Bêbados, decidimos ir até a loja  para comprar cogumelos que eles vendiam, desidratados. Antes, subi até meu apato para trocar de roupa e deixar a mochila. Fomos a pé até o metrõ Tokai Dori e de lá seguimos para Kamimaezu. Não passava das onze da manhã e fazia sol. Mais pela aventura de ir do que pela intenção em si, já que estávamos bêbados, íamos, parando quando necessário em uma ou outra máquina de cerveja ao longo do caminho e paquerando as japinhas, obviamente sem sucesso. Chegamos na loja e compramos os tais cogumelos desidratados e embalados.
Ao sair, comemos.
Foi muito rápido. Começou como uma divertida expectativa seguida de uma pequena queimação para se transformar numa câimbra no estômago que resultou em dois vômitos simultâneo no meio do trânsito ao meio dia, voltando para a casa, em um táxi. O engraçado foi que ambos abrimos as portas, cada um de um lado, para vomitarmos parados no farol. O taxista deve ter ficado aliviado por não termos sujado o carro dele, que é todo branco por dentro.

Nesse dia eu passei muito mal e vomitei muito. Até o final da tarde o meu corpo ainda tentava vomitar os cogulas. Talvez a brisa fosse aquela, a brisa do võmito.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Oniguiri de Mortadela.

Quando eu era criança, li em algum gibi (se não me engano) da Magali uma historinha aonde algum personagem só gostava de arroz empapado com mortadela. Não encontrei a história para mostrar mas não tem problema, não era sobre isso mesmo o post e, sim, para falar sobre a deliciosa combinação mortadela+arroz.

A mortadela
Opa, foto errada.

Agora, sim!

Observe a foto da mortadela fatiada acima repare o quanto é impossível rejeitar uma fatia destas na maioria das situações normais do dia-a-dia. Acompanhada de uma tuba, então...
Mas em casa não tem tubaína, tem shiro gohan ou arroz daquele tipo japonês, mais redondinho, empapado e sem tempero, feito na panelinha de arroz ou okama, que também significa boiolinha, mas é melhor não pensar nisso
shiro gohan pode ser feito na panela normal ou usando a okama.

A okama

Como fazer Oniguiri de Mortadela Passo-a-Passo

É fácil. Basta estender uma das suas mãos com a palma voltada para cima.

 Em seguida, coloque uma fatia sobre essa mão e, por cima da fatia, ponha uma porção de arroz e feche, como uma trouxinha. Obs: não vai fechar, direito, o negócio é tentar envolver o arroz e já mandar pra dentro.
"Subarashi neee!" -tradução: "Putaqueopariu, mano.... Bom pá carai!!"




Eu avisei pra não pensar nisso.